Você gosta de uma novela?
Artigo de Revisão
A tal da DAPT virou uma grande novela nos últimos anos: qual inibidor da P2Y12 colocar? Quando estender? Quando encurtar?
O JACC trouxe uma bela revisão sobre a seleção do inibidor da P2Y12 após angioplastia, que veio para tentar facilitar a nossa vida.
Confira os destaques:
Prasugrel e ticagrelor são opções de primeira linha para combinações de DAPT com aspirina.
O clopidogrel reduz o risco de sangramento quando comparado aos outros dois, o que pode ser útil em alguns pacientes de risco.
A duração da inibição de P2Y12 em um contexto de aspirina deve ser adaptada aos riscos individuais de complicações trombóticas/isquêmicas e hemorrágicas.
Estão surgindo estratégias de monoterapia com inibidores de P2Y12 sem aspirina ou redução da intensidade de um inibidor de P2Y12 mais potente para menos potente.
Quer uma bela dica? Confira abaixo a figura resumo do artigo! Se quiser detalhar ainda mais, é só clicar aqui e conferir as explicações em áudio no resumo interativo! Aproveite!
E se pudéssemos prever o futuro?
Ensaio Clínico Randomizado
Imagine conseguir “prever” o desfecho do paciente que procura o PS com IC descompensada para decidir o seu tratamento.
Infelizmente, ainda não temos uma bola de cristal, mas o COACH Trial tentou fazer essas previsões de uma forma um pouco mais científica.
Como funcionou:
O paciente atendido na porta com IC descompensada era estratificado conforme um algoritmo já validado (EHMRG30-ST):
Baixo risco = alta com seguimento em unidade de retaguarda em até 30 dias.
Risco intermediário = julgamento clínico.
Alto risco = internação.
Foram 10 hospitais canadenses incluídos no estudo na forma de stepped wedge randomization, ou seja, de forma sequencial passavam do protocolo usual para a intervenção (uso do algoritmo).
O desfecho composto avaliado foi morte por qualquer causa ou re-hospitalização.
No final, a estratégia baseada no algoritmo reduziu o desfecho composto tanto no seguimento em 30 dias (14,5% no controle vs 12,1% na intervenção - HR 0,88; 95%IC: 0,78 - 0,99) e em 20 meses (56,2% no controle vs 54,4% na intervenção - HR 0,95; 95%IC: 0,92 - 0,99).
A chave aqui parece ser a organização: avaliar e classificar o paciente de forma estruturada, além de realizar um seguimento precoce daqueles que recebem alta, auxilia no melhor manejo e redução de eventos na IC.
A retrospectiva do EHJ
Artigo de Revisão
Os editores do European Heart Journal, após ler a DozeNews da semana passada, resolveram lançar também umas retrospectivas.
Desculpem-nos, não chega aos pés da nossa rsrs.
Brincadeiras a parte, é um compilado de artigos bem interessante por dividir os 10 principais artigos do ano de cada uma das subáreas da cardiologia.
Vamos listar os mais relevantes, mas a relação completa da restrospectiva deles está aqui.
Galera do ECG e choques: esses são os principais artigos das arritmias;
Caso doenças valvares sejam a sua praia;
Alô amigos da IC e cardiomiopatias;
Para quem não se cansa de discutir doença coronária;
Queridos
encanadores, digo hemodinamicistas, essa é pra vocês.
Solidão mata?
Caiu na Mídia
Perto de completar 3 anos de pandemia do COVID-19, nos vem a memória aquele tenebroso 2020.
Lives toda noite, Manu Gavassi vs Felipe Prior, gritos na janela, e por aí vai. Parece um surto aquela época de isolamento social, né?
Se tem uma coisa que aprendemos naquele ano foi sobre o risco da solidão e do isolamento social.
Uma matéria publicada, essa semana, no jornal O Globo alerta sobre a associação entre o isolamento indesejado e doenças cardiovasculares, derrame, demência e depressão.
Além disso, estudo publicado no JAMA Surgery, com mais de 4000 idosos, demonstrou aumento do risco de morte em 30 dias após cirurgia de emergência naqueles que eram sozinhos.
Os riscos não param naqueles com idade avançada. Para os jovens, fica o alerta: a solidão esteve associada ao aumento do consumo de tabaco.
Imagem da Semana
Paciente com palpitações, dispneia e perda de 11 kg em 3 meses. Realizou o ecocardiograma que identificou importante massa intra-cardíaca. Nesse cateterismo pré-operatório, observamos o quão vascularizada é a lesão, sugerindo uma lesão maligna. Aguardamos o anatomopatológico para definição do tipo histológico.
Fique por dentro
⚡️ Em destaque no NEJM: tratamento inicial da FA paroxística com crioablação reduziu a evolução para FA persistente e a recorrência da arritmia, quando comparado ao tratamento medicamentoso.
💊 Olha ela aí de novo! A empagliflozina reduziu a progressão da doença renal crônica em pacientes em risco para nefropatia (em semelhança a sua irmã Dapa).
📺 Você sabe quando solicitar escore de cálcio coronário? Dê uma olhada nessa revisão o JACC, com as principais diretrizes do mundo sobre esse tema.
⛓️ É possível não utilizarmos nenhum antiplaquetário após TAVI? Subanálise do OCEAN-TAVI demonstrou não haver aumento de eventos em pacientes que não utilizaram antiplaquetário após implante de TAVI.
🩸 Trombólise em uso de DOAC? Estudo retrospectivo publicado no JAMA Neurology demonstrou não haver aumento do risco de sangramento da intervenção em pacientes com AVCi em uso do anticoagulante.
🧠 Metanálise com pacientes com Síndrome do Anticorpo Antifosfolípede demonstrou aquilo que já sabíamos: tratamento com DOACs aumenta o risco de eventos trombóticos arteriais quando comparados aos inibidores da Vitamina K.
🧮 T2-risk score: ferramenta para auxiliar no definição do prognóstico e guiar a investigação nos casos de IAM tipo 2, trouxe resultados positivos!