Como investigar DAC?
À luz das últimas diretrizes, vamos discutir quando e quais exames solicitar na investigação da doença coronária
Autora: Maria Júlia Souto (cardiologista e fellow de imagem cardiovascular pelo Instituto Dante Pazzanese).
Na semana passada foi lançada a nova diretriz americana de doença arterial coronariana (DAC) e, desde então, já tenho recebido muitos pedidos para comentar um dos temas que mais gera dúvidas no dia a dia do cardiologista: como devo investigar a DAC?
Imagine você diante um paciente no seu consultório e no seu amplo espectro sintomatológico que podem estar relacionados à DAC.
Decidir entre um teste ergométrico, angiotomografia de coronárias, ecocardiograma com estresse ou cintilografia de perfusão miocárdica é mais desafiador do que as diretrizes querem sugerir para a gente que é.
Cada método tem suas diferenças, suas vantagens e suas desvantagens. E para discutir todos esses aspectos, vamos utilizar as principais e mais recentes diretrizes sobre o tema: a diretriz americana (AHA 2023), a europeia (ESC 2019) e a brasileira (SBC 2014 - alô SBC, vamos atualizar isso aqui por favor rs).
📍 Se localize: a parte de revascularização na DAC estável foi discutida em uma Prime prévia. Clique aqui para rever!
Por isso, dessa vez vamos focar no diagnóstico.
Como avaliar o paciente com suspeita de DAC?
O paciente comparece na consulta com queixa de dor torácica ou outros sintomas que possam ser equivalentes anginosos (dispneia, palpitações, mal estar). O que fazer?
Para organizar o seu raciocínio, a diretriz europeia propõe uma sequência de avaliação:
1º passo: excluir um quadro agudo = conduzir como síndrome coronariana aguda (SCA).
2º passo: considerar as comorbidades e a qualidade de vida = avaliar se o diagnóstico e tratamento da DAC seriam condutas “fúteis”.
3º passo: solicitar ECG, RX de tórax, bioquímica e ecocardiograma = já tem disfunção sistólica do VE (FEVE < 50%)?
4º passo: avaliar a probabilidade pré-teste = checar a chance da dor do paciente ser mesmo DAC ou se há outros diagnósticos mais prováveis.
5º passo: qual método diagnóstico utilizar?
6º passo: escolher o tratamento = manterá em tratamento clínico ou indicará revascularização?
Vamos imaginar que você já passou pelos primeiros 3 passos. Ou seja, não é uma SCA, o paciente não tem IC com fração de ejeção reduzida, nem é um contexto de cuidados paliativos (são temas para outras Primes).
Assim, vamos focar na avaliação pré-teste e na escolha do método diagnóstico adequado para investigação.
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