FA subclínica em debate
Para dar inveja no Biden
Um guarda-chuva para a tempestade da IC
Ensaio Clínico Randomizado (JACC)
Pena que o guarda-chuva que encontramos foi esse aí rs. Venha entender…
A progressão para IC sintomática em pacientes com DM2 é como uma tempestade silenciosa que se aproxima. Muitos cardiologistas observam uma diminuição na capacidade de exercício antes do aparecimento dos sintomas mais graves.
Imagine se pudéssemos segurar um guarda-chuva especial para esses pacientes, evitando que a tempestade se transforme em um verdadeiro furacão.
Foi exatamente isso que os pesquisadores quiseram descobrir no estudo ARISE-HF com o AT-001, um inibidor altamente seletivo da aldose redutase.
O objetivo? Verificar se este medicamento pode estabilizar a capacidade de exercício em indivíduos com cardiomiopatia diabética (DbCM) e reduzir o declínio do consumo máximo de oxigênio (Vo2).
Foram recrutados 691 participantes, todos enfrentando a mesma tempestade: a DbCM. Eles foram divididos em dois grupos, receber placebo ou doses crescentes de AT-001 duas vezes ao dia.
Após 15 meses, o grupo placebo apresentou uma queda significativa no pico de Vo2 (-0,31 mL/kg/min), como uma chuva constante que não dá trégua. Em contraste, aqueles que receberam a dose alta de AT-001 experimentaram uma queda mínima no pico de Vo2 (-0,01 mL/kg/min), quase como se o guarda-chuva estivesse funcionando, mas não perfeitamente.
No entanto, a diferença entre os grupos não foi estatisticamente significativa.
Em análises adicionais, entre aqueles que não estavam utilizando outros medicamentos antidiabéticos no início do estudo (iSGLT2 ou agonista de GLP-1), a diferença foi mais notável: 0,62 mL/kg/min a favor do AT-001.
Veredito final sobre o “guarda-chuva”: entre os indivíduos com DbCM e capacidade de exercício prejudicada, o tratamento com AT-001 por 15 meses não resultou em capacidade de exercício significativamente melhor em comparação com o placebo.
Debate de respeito na cardiologia
Estudo de revisão (EHJ)
Aprende aí, Biden! rs. O jornal europeu de cardiologia (EHJ) trouxe um interessantíssimo debate acerca do tratamento da FA clínica e subclínica.
Em clima de eleições estadunidenses e chegando as municipais no Brasil, o EHJ promoveu um belo debate sobre o tratamento de fibrilação atrial (FA) detectada por dispositivos implantáveis.
Estes pacientes devem ser tratados iguais aos pacientes com FA clínica? Quais são os parâmetros para iniciarmos anticoagulação nestes pacientes em que a FA é detectada porém sem repercussão clínica? O escore CHA2DS2-Vasc deve ser levado em conta?
Alguns pontos interessantes que você pode observar nas imagens do debate (mas não se contenha apenas com elas rs):
O risco de eventos tromboembólicos aumenta entre 12h e 23h de FA subclínica.
Devemos sempre pesar o risco de sangramento da anticoagulação, que é estimado de 3 a 5% ao ano!
Levar em conta o valor clínico das arritmias atriais de alta frequência.
As dúvidas são inúmeras. Vale a pena baixar (de graça, tá?) e ler este debate entre grandes referências de serviços europeus.
Quem sabe podemos trazer uma DozeNews Prime futuramente sobre o tema?
Valva esquecida? Não mais…
Coorte (EHJ)
É hora dela brilhar! Se por anos nos referíamos à valva tricúspide como a valva esquecida, hoje sabemos cada vez mais acerca das suas complicações.
São três as principais etiologias relacionadas à insuficiência tricúspide (IT):
Primária: é consequência de anormalidade intrínsecas da própria valva;
Secundária: resultado da dilatação do anel tricuspídeo pela remodelamento ventricular direito ou atrial;
Secundária ao implante de dispositivos de estimulação cardíaca.
Quando falamos da IT secundária de causa atrial, a fibrilação atrial (FA) é importante fator de risco para o seu desenvolvimento, em especial pelo seu potencial de dilatação do átrio direito (AD).
No entanto, parece que o problema é ainda mais profundo: aproximadamente 50% dos pacientes com IT atrial não têm história de FA?
Então, quais seriam os seus potenciais mecanismos?
Dessa forma, foi publicado no EHJ uma coorte que avaliou a incidência, os tipos e os desfechos da IT moderada a grave em pacientes sem doenças cardíacas estruturais e com ou sem FA nova ao início do estudo.
Após um seguimento médio de 3,2 anos, dos 1.359 pacientes com FA, 109 (8%) desenvolveram IT moderada a grave, enquanto dos 20.438 em ritmo sinusal, 378 (1,8%) tiveram o mesmo destino.
Dentre os pacientes com FA, houve evolução com todos os subtipos de IT, principalmente associados a maior taxa de implante de marca-passos, dilatação atrial e maiores pressões pulmonares.
Já nos pacientes em ritmo sinusal, a evolução com IT associou-se a pacientes com disfunção diastólica, idade avançada e sexo feminino.
Assim, o estudo demonstra a evolução da IT em pacientes com FA ocorreu por diversos mecanismos que incluem o aumento das pressões pulmonares e dilatação atrial.
Já naqueles em ritmo sinusal, a disfunção diastólica foi peça-chave na evolução da valvopatia.
E mais: nenhum tipo de IT foi benigno e todos estiveram associados a maiores taxas de mortalidade. Dessa forma, controle de ritmo e manejo da disfunção diastólica são essenciais na prevenção da sua evolução.
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Os queridinhos vêm trazer problemas?
Caiu na Mídia
O velho problema das celebridades. A fama sobe e a imprensa vai atrás do seu “passado sombrio” rs.
O Ozempic e o Wegovy não saíram ilesos. Foi noticiado em importantes meios digitais, a ligação entre a semaglutida e a ocorrência de complicações oftalmológicas graves.
Há uma explicação: recentemente, um estudo publicado no JAMA Ophthalmology explorou a ligação entre o agonista da GLP1 e um problema de visão raro chamado neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NAION). Mas calma, é crucial entender as limitações desse estudo.
O que você precisa saber:
O estudo apresentou uma metodologia limitada, sendo unicêntrico e com potencial viés de seleção.
Fatores importantes, como tabagismo e duração do diabetes, não foram considerados na análise.
Apenas alguns pacientes foram analisados, resultando em menor precisão estatística.
Estudos grandes e robustos já realizados sobre semaglutida, com mais de 22 milhões de anos-paciente, mostram um perfil de segurança confiável.
Muita calma nessa hora!
Estudos como esse são essenciais para entendermos possíveis complicações das medicações, mas não podemos esquecer as suas limitações.
Independente disso tudo, a semaglutida ainda tem importante papel no tratamento da DM2 e da obesidade. Entender o risco-benefício e receitar para a população certa é o primeiro passa na prescrição de qualquer medicação!
Imagem da Semana
Uso da angiotomografia de coronárias na avaliação de paciente em pós-operatório de revascularização do miocárdio com dupla mamária.
Sem dúvidas o método de imagem que mais cresce no estudo dos enxertos cirúrgicos!
Fique por dentro
🫁 Interessante estado-da-arte sobre o manejo da hipertensão pulmonar secundária à disfunção do VE.
⚰️ Mortalidade excessiva no IAM em coorte histórica publicada no Circulation.
⚡ Artigo do EHJ defende o uso da carga de FA (“AF burden”) como preditor de desfecho e alvo terapêutico. Vale a pena conferir.
🧬 Novo inibidor da PCSK9, o lerodalcibep, demonstrou eficácia e segurança no controle do LDL em pacientes de alto risco cardiovascular.
😩 Odiamos falar sobre isso, mas nosso dever científico clama: intolerância à estatina compromete a qualidade de vida em alguns grupos.
💬 Insuficiência tricúspide na IC FEP? Veja esse estado-da-arte do JACC.








