Na edição de hoje:
🥊 10 anos do estudo NOTION: TAVI vs SAVR
🦠 HPV aumentando risco cardiovascular em coorte coreana
📝 Revisão sobre OCT no JACC
No "paredão da Cardiologia": Implantação de Válvula Aórtica por Cateter (TAVI) vs Substituição Valvar Aórtica Cirúrgica (SAVR)
Ensaio Clínico Randomizado
Os fãs da cardiologia sabem que a implantação de válvula aórtica por cateter (TAVI) emergiu como um tratamento inovador para pacientes com estenose aórtica valvar severa, expandindo suas aplicações para uma faixa mais ampla de riscos cirúrgicos.
Mas será que TAVI se equipara ou supera o tratamento convencional com SAVR em termos de eficácia e segurança a longo prazo para pacientes de menor risco cirúrgico?
O estudo NOTION (Nordic Aortic Valve Intervention) trouxe a resposta ao avaliar 280 pacientes, divididos entre TAVI usando a bioprótese CoreValve (Medtronic Inc.) e SAVR com bioprótese.
Nessa semana foram publicados os resultados de 10 anos de seguimento, focando em desfechos como mortalidade por todas as causas, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, e disfunção / falha da bioprótese.
E o resultado do paredão? 🐝
Após uma década, a incidência de desfechos clínicos maiores foi equivalente entre os grupos TAVI e SAVR, evidenciando uma taxa de 65,5% para complicações graves.
Contudo, a TAVI mostrou uma redução significativa na deterioração estrutural severa da válvula em comparação com SAVR. As taxas de falha da bioprótese foram similares entre os grupos.
Sendo assim, para a alegria dos hemodinamicistas, o estudo NOTION reforça a viabilidade do TAVI como uma alternativa segura e eficaz ao SAVR para pacientes com menor risco cirúrgico, especialmente considerando a menor incidência de deterioração estrutural severa da válvula a longo prazo.
HPV e o risco cardiovascular
Coorte (EHJ)
Não é de hoje que sabemos da associação entre a inflamação e o aumento do risco cardiovascular.
E esse fato não se restringe aos fatores de risco clássicos como HAS, DM e obesidade.
Essa semana, foi publicado no European Heart Journal (EHJ) uma coorte coreana que avaliou a relação entre o Papilomavírus Humano (HPV) de alto risco e a mortalidade de causa cardiovascular.
Foram acompanhadas mais de 163 mil mulheres (idade média de 42 anos) por até 17 anos (média de 8,3 anos).
Nesse período houve um total de 134 mortes de causa cardiovascular, sendo que as mulheres com infecção pelo HPV apresentaram um risco 3,91 (1,85–8,26), 3,74 (1,53–9,14) e 5,86 (0,86–40,11) vezes maior para morte cardíaca, doença isquêmica do coração e AVC , respectivamente.
Os resultado foram ainda piores para mulheres com HPV e sobrepeso (IMC ≥ 25 kg/m²).
Se já conhecemos a associação de eventos cardíacos com o HIV, agora fica ainda mais evidente o risco de infecções com outros vírus como o HPV. Assim, reforça o papel da inflamação sistêmica no risco de morte cardiovascular.
Será que a vacinação também contra esse patógeno teria poder de prevenir o risco de eventos nessa população?
Estudante de medicina e amante da cardiologia?
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Alinhamento de grade editorial Doze & JACC
Artigo de revisão
A DozeNews Prime e o JACC parecem ter chegado a um alinhamento de grade editorial!
Sim, é mentira (por enquanto… rs).
Mas, para o remorso da concorrência, você poderá essa semana conferir o artigo state-of-the-art da JACC e a edição da DozeNewsPrime sobre tomografia de coerência óptica (OCT).
📜 Sem fazer comparações, o artigo traz no formato tradicional a história, indicações clínicas e perspectivas futuras sobre OCT. Interessante e ilustrativo para qualquer cardiologista.
🏅 Já a DozePrime da semana compara e dá informações relevantes sobre ultrassom intracoronário (IVUS) e OCT.
Como informação interessante, o artigo trouxe uma nova classificação etiológica da síndrome coronariana aguda que surgiu com o OCT.
Agora, além de rotura e erosão de placa, temos a SCA com presença de cálcio na placa culpada: protusão calcífica, cálcio superficial e nódulo eruptivo.
Print na tela:
E o shape para o verão?
Caiu na Mídia
O artigo de destaque desse mês no site oficial da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) refere-se aos riscos coronários associados ao uso de substâncias anabolizantes.
A referência vem de um interessante estudo publicado nos arquivos brasileiros de cardiologia que avaliou a associação entre o uso de esteroides anabólicos androgênicos (EAA) e a doença arterial (DAC) causada pela inflamação sistêmica e pericoronária.
Para isso, incluíram 40 fisiculturistas ou levantadores de peso, sendo 20 usuários de EAA e 20 não-usuários. Além deles, ainda foi avaliado um grupo controle composto por 10 homens sedentários e sem doença cardiovascular conhecida.
Os usuários de EAA deveriam administrar essas substâncias em ciclos periódicos com duração de oito a 12 semanas por pelo menos dois anos, com 2-4 ciclos por ano.
Todos os participantes do estudo foram submetidos à realização de uma angiotomografia de coronárias (angioTC) com avaliação complementar da gordura pericoronária; e à avaliação de marcadores inflamatórios (a IL-1, IL-6, IL-10, e TNF-alfa).
Resultado:
Os usuários de EAA apresentam maior atenuação da gordura pericoronária média e maior perfil de citocinas inflamatórias sistêmicas, em comparação aos não-usuários e controles.
Mais um alerta quanto aos riscos do uso dos esteroides anabolizantes, dessa vez com evidência de processo inflamatório pericoronário e sistêmico, associados à evolução com DAC precoce.
Você sabe prescrever e acompanhar o uso de Amiodarona?
Não deixe de conferir o episódio do DozeCast, dessa última semana:
Imagem da Semana
Primeiramente, a resposta do desafio da semana passada: presença de veia cava superior esquerda persistente.
Essa é a malformação venosa congênita torácica mais frequente e o seu diagnóstico costuma ser incidental. No entanto, a sua identificação pode ser fundamental para implante de dispositivos intracardíacos e exames diagnósticos.
Observe esse tumor intracardíaco visto à ressonância magnética cardíaca, com acometimento do átrio direito que atravessa o plano da valva tricúspide em direção ao ventrículo direito, e leva a comprometimento da valva.
Fique por dentro
⚡️ Determinantes das arritmias ventriculares no prolapso da valva mitral em coorte publicada no JACC.
🧠 Uso da apixabana em pacientes com AVC criptogenico e sinais de cardiopatia atrial não demonstrou benefício quando comparado ao AAS.
🚶Suspensão do beta-bloqueador melhorou a capacidade funcional em pacientes com IC FEP e sinais de incompetência cronotropica.
🦀 Artigo do EHJ reforça a dificuldade no manejo de pacientes com doença cardíaca isquêmica e câncer.
👼 Manejo farmacológico de arritmias no período fetal e neonatal!
🦾 IA pode rastrear através do ECG de crianças e adolescentes a evolução para disfunção e remodelamento do VE.
Nossa, que demais a imagem do tumor!!!!