Infarto com supra de ST de apresentação tardia (> 12h de dor)
E a decisão sobre o CATE de imediato
Autor: Mateus Prata (Cardiologia e Emergência Cardiovascular)
Mais uma discussão sobre casos do dia a dia me motivou a estudar a fundo um tema e trazer no modelo PRIME para vocês.
Dessa vez, estive com um amigo de infância, José Augusto, hoje assistente do Pronto-Socorro do InCor (HC-FMUSP) - praticamente o mesmo cargo que eu no Dante Pazzanese.
E a inquietação de ambos foi referente ao famoso “Supra evoluído”, uma abrasileirada do inglês Late Presentation STEMI.
Dois assistentes das maiores referências de cardiologia da América Latina com incertezas sobre o que fazer de imediato com o paciente que chega suprado, só que com mais 12 horas do início da dor.
A complicação dessa vez é pela grande diversidade de cenários nesses casos: sintomas, eletrocardiograma, estabilidade e a grande variedade no tempo de apresentação.
Assim, não se torna infrequente o surgimento de dúvidas importantes quanto à solicitação de um cateterismo cardíaco e intervenção coronariana percutânea (ICP) de imediato:
“Já são 24h da dor, qual o benefício de intervir de urgência?”
“Ah, mas já tem onda Q no Eletro”
“Tridil ja esta na dose máxima?”
“Paciente já tá sem dor e o evento foi há 12 horas, e agora?”
“Dr., CROSS na linha com paciente a mais de 48 horas do supra”
Enquanto a ICP de imediato está claramente associada a benefício clínico no IAM com supra dentro de 12h do início da dor, o valor da angioplastia em pacientes com dor a mais de 12 horas ainda é incerto.
Achados do registro GRACE estimam que 15 a 20% dos casos de IAM com supra chegam ao PS com tempo > 12 horas. Prevalências semelhantes foram encontradas em outras fontes.
Isso mostra que saber exatamente o que fazer em cenários como esses impacta diretamente o nosso cotidiano.
E você já sabe. Esses questionamentos são ainda maiores do outro lado da linha quando você liga para o hemodinamicista.
Enfim, quem está certo nessa história?
O questionamento dos hemodinamicistas não é sem fundamento.
A técnica para abrir uma artéria fechada há mais do que 12 horas é mais complexa e com aumento da chance de complicações (tempo de radiação, mais contraste, chance de IAM tipo 2…), principalmente quando o benefício de colocar um stent é incerto.
Mas então as principais perguntas surgem:
Quando acionar a Hemodinâmica na urgência?
O que eu consigo extrair das diretrizes para o dia-a-dia desses pacientes?
Resolvi separar um final de semana inteiro dedicado a estudar as evidências sobre o tema (diretrizes, estudos observacionais, ensaios clínicos, revisões e metanálises), reuni-las e compila-las em um e-mail → para que você não tenha que dedicar todo esse tempo quando se deparar com um paciente assim.
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