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Isquemia Microvascular
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Mito ou realidade?

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Doze por Oito
jun 07, 2023
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Isquemia Microvascular
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Autora: Maria Júlia Souto (cardiologista e fellow de Imagem Cardiovascular pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia)

Sabe aquele paciente que tem dor torácica, prova funcional isquêmica, mas a investigação anatômica não tem uma plaquinha sequer?

Nesse momento você pensa: “tratar DAC eu sei, mas o que eu faço com esse paciente que tem isquemia com coronária normais?

TV gif. Ty Burrell as Phil in Modern Family shrugs and holds both of his hands up as if to say, “I don’t know.”

Inspirados pela recente revisão publicada no JACC sobre a isquemia com coronárias não obstruídas (INOCA), pretendemos esclarecer as suas principais dúvidas sobre o tema: o que é, qual a sua relevância clínica, como diagnosticar e como tratar pacientes com dor, mas sem lesões significativas?


A isquemia com coronárias não obstruídas é mais comum do que você imagina

Primeiramente, não confunda angina microvascular com isquemia com coronárias não obstruídas (INOCA). A doença da microcirculação é apenas um espectro dos casos de INOCA, que podem envolver desde as artérias epicárdicas até os pequenos vasos.

Preste atenção na definição:

A INOCA é definida pela presença de dor anginosa e/ou evidência de isquemia em teste funcional, sem a presença de lesões coronárias com obstrução > 50%.

Qualquer semelhança com a MINOCA (Myocardial infarction with non-obstructive coronary arteries) não é coincidência rs.

Se a MINOCA é o paciente que vai ao pronto-socorro com IAM, mas não tem lesões obstrutivas; na INOCA é o paciente que vai ao seu consultório com dor ou teste isquêmico positivo, mas com investigação anatômica normal.

Vamos trazer alguns números que vão te impressionar:

  • Uma grande revisão publicada em 2022 no Atherosclerosis, citou que, aproximadamente, 50% dos pacientes com angina e teste isquêmico positivo não têm lesões coronárias significativas.

  • Quando falamos de isquemia moderada a grave, uma subnálise do estudo ISCHEMIA demonstrou que 13% dos pacientes candidatos a inclusão no estudo não tinham lesões obstrutivas na angiotomografia.

Ou seja, imagine que de cada 8 pacientes com teste isquêmico positivo para carga moderada a grave, 1 não vai ter lesões obstrutivas.

Você pode estar pensando: “mas então isso aí é piti, é dor não cardíaca e não traz repercussões”.

É aqui que você se engana: a INOCA traz importante comprometimento funcional ao paciente. Estima-se que 50% deles queixam-se de angina recorrente e prejuízo à qualidade de vida.

Além disso, leva a um aumento do risco de eventos cardiovasculares maiores em 1,3-1,8x.

Então, trate de prestar mais atenção nessa Prime! rs


Os espectros da INOCA

Quando falamos de isquemia miocárdica, nos referimos a um desbalanço na oferta-demanda de fluxo ao músculo cardíaco.

Esse problema pode ser consequência de:

  • Obstrução no fluxo epicárdico (causa mais comum);

  • Anormalidades no sistema microvascular.

Veja a figura abaixo para compreender a circulação coronária:

Imagem adaptada do artigo Del Buono, M.G. et al. J Am Coll Cardiol. 2021;78(13):1352–1371.

A INOCA pode ser causada por anormalidades em qualquer um desses níveis, desde uma angina vasoespástica no fluxo epicárdico até anormalidades no funcionamento do sistema microvascular.

Assim, podemos dividir em 4 subtipos:

  • Doença coronária microvascular - anormalidades estruturais (tromboembolismo, espessamento intimal) ou funcionais (incapacidade de vasodilatar) da microcirculação.

    • Associa-se aos fatores de risco clássicos, a hipertrofia ventricular ou a outras cardiomiopatias.

  • Angina vasoespástica epicárdica - a clássica angina Prinzmetal.

    • Hiperreatividade das coronárias ao estímulo vasoconstrictor.

  • Angina vasoespástica microvascular - hiperreatividade da microcirculação (meio óbvio, né? rs).

  • Doença difusa mascarada - aterosclerose difusa que pode ser subestimada na angiografia.

    • Ou seja, se toda a artéria estiver afilada ou com lesões muito extrínsecas, a impressão que dará na angiografia é que não há nenhum ponto específico de estenose significativa.


Como diagnosticar

Agora que compreendemos as principais causas de INOCA, vamos entender como diagnosticar essa condição e identificar a sua etiologia.

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