O futuro da anticoagulação: o inibidor do fator XI
AngioTC para estudo de pontes e ondas malignas no ECG
O futuro da anticoagulação
Estudo Fase 2
O maior desafio da arte de anticoagular é o equilíbrio perfeito entre a redução do risco de eventos isquêmicos e sangramentos.
Nessa semana, a empresa Anthos Therapeutics anunciou os resultados principais do estudo AZALEA-TIMI 71, que lança o Abelacimab (inibidor do fator XI) como o potencial game changer da anticoagulação!
O estudo de fase 2, comparando Abelacimab vs Rivaroxabana em pacientes com FA em risco moderado a alto para AVC, foi interrompido precocemente devido a "uma redução avassaladora" no desfecho primário — sangramento maior e clinicamente relevante não maior.
🤔 Mas quem é esse tal de Abelacimab?
É um anticorpo monoclonal humano altamente seletivo com atividade inibitória dupla contra o fator XI e sua forma ativa, fator XIa.
No estudo AZALEA-TIMI 71 vinham sendo testadas duas doses da droga: 90 mg ou 150 mg administrados por injeção subcutânea uma vez por mês. Esta comodidade posológica é outro fator que atrai atenção de médicos e pacientes!
Aguardemos o estudo de fase 3!
A Doze seguirá de olho nas novas opções de inibidores de fator XI que estão sendo estudadas e vai garantir que nosso leitor fiel esteja sempre na vanguarda do conhecimento!
As “cinco ondas malignas” do ECG
Ponto de Vista - Arquivos Brasileiros
É provável que no feed de vocês apareceram um ou outro colega no Congresso Brasileiro de Cardiologia, que aconteceu em Porto Alegre - RS, nesse final de semana.
Seja foto da entrada do congresso, de uma palestra ou do happy hour.
Apesar de não ser palco para divulgação de grandes trials, a Sociedade Brasileira de Cardiologia sempre trás alguma novidade.
Nós, da Doze, gostamos muito desse artigo apresentado no congresso, que descreve 5 ondas eletrocardiográficas que devemos dar atenção especial:
🔺 Onda delta: e a síndrome de Wolff Parkinson White;
➰ Onda Epsilon: e a displasia arritmogênica de VD;
🌊 Onda J: e as síndromes de Brugada, a Repolarização precoce e as síndromes do QT (longo ou curto).

Vale a pena a leitura para revisar e reforçar esses 5 pontos que não podemos passar batido em um eletrocardiograma.
Velhos inimigos tornam-se amigos
Ensaio Clínico Randomizado (Circulation)
Após anos de “batalhas” entre a angiotomografia de coronárias (angioTC) e o cateterismo cardíaco, finalmente os métodos encontraram uma forma de “se ajudar”.
O estudo BYPASS-CTA, publicado essa semana no Circulation, demonstrou o benefício da realização da angioTC antes do CATE no estudo de pontes em pacientes revascularizados.
Foi um estudo unicêntrico que incluiu 688 pacientes com histórico de revascularização miocárdica cirúrgica com indicação de realização de cateterismo, que foram randomizados para realização de angioTC ou não.
O desfecho primário foi composto por: duração do CATE, satisfação do paciente e a incidência de nefropatia associada ao contraste.
A inclusão da angioTC no protocolo foi um sucesso:
Reduziu o tempo de procedimento (média de 18,6 minutos se angio-TC + CATE vs 39,5 minutos no CATE isolado);
Aumentou o nível de satisfação dos pacientes;
Reduziu complicações relacionadas a nefropatia pelo contraste (3,4% no grupo angioTC + CATE vs 27,9% no CATE isolado) e do próprio procedimento (2,3% no grupo angioTC + CATE vs 10,8% no CATE isolado).
O racional do estudo está no fato de que a angioTC auxilia a identificar o número e localização das pontes, poupando, assim, o trabalho de busca pelos enxertos para o hemodinamicista.
A sua principal limitação foi a maior exposição a radiação com a soma dos métodos, que pode ser reduzida com o uso de tomógrafos mais novos.
A semana dos divórcios
Caiu na Mídia
Notícias não faltaram para encher os sites de fofoca essa semana, e o tema foi o mesmo: separações.
Sandy e Lucas Lima, Ana Castela e Gustavo Mioto, Paula Fernandes e Rony Cecconello. Talvez você não conheça metade deles, mas saiba que se separaram rs.
Antenados que somos, não íamos ficar de fora, e trouxemos o questionamento: há repercussão para o risco cardiovascular com o divórcio?
Encontramos a resposta em uma revisão sistemática publicada no jornal britânico HEART, que avaliou a relação entre o estado civil e o risco de eventos cardíacos.
Alguém precisa ir no Altas Horas avisar que as notícias não são boas para Sandy e Lucas Lima: no geral, pessoas não-casadas (solteiros, divorciados e viúvos) têm maior risco de doenças cardiovasculares que os casados (OR 1,42; 95% CI 1 - 2,01); enquanto os divorciados de ambos os gêneros tiveram mais doença coronária (p< 0,001).
Brincadeiras a parte rs, o estudo, apesar de suscetível a diversos confundidores, serve para destacar a importância da saúde além do contexto físico, como também emocional.
Imagem da Semana
A imagem para começar o outubro é linda, porém grave: uma fístula da coronária esquerda para a cavidade ventricular!
Fique por dentro
👴🏼 Grande coorte publicada no JACC demonstrou benefício no controle do LDL com anti-lipemiantes entre idosos (≥ 70 anos) e pacientes mais jovens (< 70 anos).
🤰🏻 Gestação x valvopatias: novos escores para estratificação de risco de eventos cardíacos em gestantes com doença valvar.
🥛 Interessante revisão no JACC sobre o diagnóstico, classificação e intervenções na calcificação do anel mitral.
➰ Alterações eletrocardiográficas no paciente com cardiopatia arritmogênica do ventrículo esquerdo.
🥕 Dietas vegetariana e vegana: interessante revisão do jornal europeu sobre seus benefícios e riscos cardiovasculares.
🦾 Revisão do JACC sobre os dispositivos de assistência ventricular de longa duração.