O tratamento do TEP

O que temos de opções atualmente?

Autor: Marcos Meniconi (cardiologista pelo Instituto Dante Pazzanese; hemodinamicista e especialista em cardiologia intervencionista pelo InCor)

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O tromboembolismo pulmonar (TEP) merece respeito. Assim como outros eventos vasculares agudos, ele pode ser silencioso… mas catastrófico.

E se você acha que é um diagnóstico mais “tranquilo” do que um IAM ou um AVC — sinto dizer: está iludido.

Na prática, o tromboembolismo pulmonar pode ser tão letal quanto uma dissecção de aorta. E o que mais assusta? Muitas vezes ele passa despercebido. 🫣

A diretriz europeia de TEP de 2019 traz um dado que é, ao mesmo tempo, interessante e assustador: em 2004, mais de 300 mil pacientes morreram por TEP em apenas seis países europeus. Destes, 34% apresentaram morte súbita e 59% só foram diagnosticados após o óbito.

Ou seja: só 7% das mortes ocorreram em pacientes diagnosticados corretamente em vida.

Não é exagero dizer: diagnosticar e tratar TEP salva vidas. Ponto.

E se isso ainda não te convenceu, aqui vai mais um fato: o TEP agudo é a terceira síndrome cardiovascular que mais mata, atrás apenas do infarto e do AVC.

“Síndrome cardiovascular?”, você pode estar pensando. “Mas TEP não é pulmão?”

Calma. Respira. É hora de deixar um pouco de lado a pneumologia e assumir nosso viés cardiológico: no TEP agudo, quem sofre — e muito — é o ventrículo direito (VD).

• A instabilidade hemodinâmica que tanto nos assusta não vem da troca gasosa, mas sim da falência do VD. No fim das contas, o paciente morre muito mais de insuficiência cardíaca direita do que de hipóxia.

Por isso, a IC direita precisa ser o foco. Não só para o cardiologista. O pneumologista também precisa entrar nesse jogo.

E é exatamente por isso que as estratégias atuais de tratamento do TEP têm caminhado para um objetivo claro: aliviar a sobrecarga pressórica sobre o VD e, com isso, reduzir desfechos cardiovasculares.

Nesta DozeNews Prime iremos revisar os principais pontos do manejo do TEP agudo e as novas terapias cada vez mais disponíveis na nossa prática clínica.