Sarcoidose cardíaca • Passos que reduzem mortalidade • Ponto de corte da troponina
Causa do óbito: apuração dos votos
Sarcoidose cardíaca, oi?
Artigo Original
Muitos dizem que Sarcoidose Cardíaca é o caviar da cardiologia, “nunca vi, nem comi, eu só ouço falar” (PAGODINHO, Zeca).
Cai em prova, pedem exames de imagem, mas fica a pergunta: você já viu um paciente com Sarcoidose Cardíaca??
Nem você, nem muita gente. Alguns estudos mais antigos estimam que o acometimento cardíaco ocorre em apenas 5% dos casos.
No entanto, com a evolução dos métodos de imagem, esses números chegam a quase 30% - lembrando que é uma doença mais prevalente na América do Norte e Europa.
Por isso, essa semana saiu o registro europeu ILLUMINATE-CS, que estudou melhor essa patologia, avaliando o seu prognóstico e quais os fatores que levam a piores desfechos.
Trouxemos alguns fatos que não dá para deixar de saber:
Septo! É lá que você vai procurar doença, pelos 3 principais métodos diagnósticos: ressonância magnética, PET-CT ou cintilografia com gálio. No estudo, septo basal e médio foram as porções mais acometidas;
O risco de morte em 5 anos foi de quase 10%.
Os achados associados a pior prognóstico foram: BNP elevado, queda da FEVE, história de TV/FV e necessidade de ablação.
Agora já era, no dia que você se deparar com essa hipótese diagnóstica vai lembrar da gente (e de Zeca Pagodinho).
Os 10.000 passos associados à redução de mortalidade
Coorte
“Andá com fé eu vou... Que a fé não costuma faiá!” (GIL, Gilberto).
Pesquisadores britânicos trouxeram resultados de um grande estudo de coorte prospectivo, com mais de 78.500 indivíduos, no qual avaliaram o impacto do número de passos e da intensidade na caminhada sobre a mortalidade por câncer, doenças cardiovasculares (DCVs) e por todas as causas.
Em resumo: queriam saber se Gil estava certo mesmo.
Os participantes, convidados por e-mail para participar de um estudo de acelerômetro, foram acompanhados por um período médio de 7 anos.
E os resultados? Até 10.000 passos por dia podem estar associados a um menor risco de mortalidade e incidência de câncer e DCV. Etapas executadas em uma cadência mais alta podem estar associadas a uma redução adicional de risco.
Já sabe, né? Separa a garrafinha de água, coloca seu tênis da moda e bora caminhar!
Avaliação da Troponina: p99 ou ponto de corte do kit?
Artigo Original (É do Brasil!)
“Desenrola, bate, joga de ladin”.
Não são só Neymar, Vini Jr, Paquetá e cia que vêm brilhando pelo Brasil.
Saiu um estudo nacional muito interessante para tirar uma dúvida comum nos pronto-atendimentos:
Devemos usar o corte do p99 (> 0,034 ng/mL) ou aquele estipulado pela maior parte dos kits (≥ 0,12 ng/mL) da troponina convencional para diagnóstico de infarto?
Foi unicêntrico e observacional, e objetivou avaliar nos dois grupos:
Morte e IAM em 30 dias após infarto;
Indicação de estratégia invasiva e revascularização.
Os principais resultados foram:
Valores acima do p99 (> 0,034 ng/mL) significaram mais eventos em 30 dias, porém sem diferença com o ponto de corte (≥ 0,12 ng/mL).
Maior taxa de revascularização no grupo de troponina mais alta (≥ 0,12 ng/mL).
Então, apesar de o valor > 0,034 já indicar piores desfechos, o ponto de corte ≥ 0,12 ng/dL foi melhor preditor de benefício com estratificação invasiva e procedimentos de revascularização coronária.
Será que dá para extrapolar esses achados para a troponina ultrassensível?
As eleições machucam o seu coração
Caiu na Mídia
Aaaah, eleições… Época boa para perder uns amigos, discutir com o colega de trabalho, atritar umas relações familiares.
Mas sabia que, enquanto você sofre pelo seu candidato, seu coração também reclama?
Um estudo retrospectivo publicado no Journal of American Heart Association, no ano passado, avaliou a ocorrência de arritmias em mais de 2000 pacientes com dispositivos implantáveis durante as eleições dos EUA de 2016.
Observaram um aumento significativo do desfecho primário de qualquer arritmia taquicardias supraventriculares e ventriculares, em comparação com outros períodos do ano.
E olha que, comparado ao Brasil, as eleições por lá foram fichinha rsrs.
E aí? Será que conseguiremos manter o ritmo sinusal até o fim dessas eleições?
Imagem da Semana
Você já deve ter visto stent grande, mas já viu um que dá pra visualizar até no RX (seta amarela)? É, os hemodinamicistas não estavam mesmo para brincadeira rs. Olhe o tamanho do bicho na angiografia.
Fique por dentro
🧈 A Lipoproteína é o lípide da moda! Já falamos dela no episódio #41 do Dozecast. E agora, estudo publicado no JACC demonstrou benefício do uso do AAS para prevenção primária em pacientes com genótipo para elevação da Lp(a).
🧈 E por falar em lípides, o ACC lançou um grande consenso para orientação do tratamento da dislipidemia, indo além das estatinas. Vale a pena já se familiarizar com essas novas drogas!
☕️ O tipo do café associa-se ao impacto em doenças cardiovasculares, arritmias e mortalidade? Foi essa relação que esse grande registro inglês demonstrou!
💊 Estudo SMART-CHOICE demonstrou segurança, em seguimento de 3 anos, na manutenção de monoterapia com inibidor da P2Y12 após 3 meses de DAPT em paciente submetidos a angioplastia.
💊 Subanálise do DELIVER Trial demonstrou segurança no uso da dapaglifozina em pacientes com IC com FE levemente reduzida ou preservada durante a hospitalização ou até 30 dias após.
🦷 Já foi no dentista esse ano? Estudo ARIC publicado no JACC: Heart Failure demonstrou a associação entre doença periodontal e a evolução da IC.
⛓️ Qual parâmetro prediz melhor reestenose intrastent: má expansão ou área luminal mínima? Essa é para os amantes de imagem intracoronária.