Você sabe indicar ECMO-VA no choque cardiogênico?
E existe diferença na placa aterosclerótica de diabéticos?
Dúvidas e mais dúvidas
Ensaio Clínico Randomizado
Dúvidas que não saem da nossa cabeça no momento:
O que é pior: não ter mundial ou perder para o Al Hylal na semi-final?
Qual o momento certo para indicar a ECMO-VA na terapia intensiva?
A primeira vamos deixar para flamenguistas e palmeirenses discutirem. Mas a segunda, um estudo tcheco publicado no Circulation tentou nos ajudar.
Avaliou se o uso de ECMO-VA imediata pode melhorar o prognóstico no sombrio cenário que é o choque cardiogênico.
O estudo: prospectivo randomizado e unicêntrico;
População: 122 pacientes em choque cardiogênico grave ou em deterioração - 58 randomizados para ECMO imediata vs 59 para terapia padrão (5 excluídos).
Resultados:
Morte, PCR ressuscitada ou implementação de outro dispositivo de assistência ventricular: sem diferença - ECMO-VA imediata 37 (63,8%) x padrão 42 (71,2%) (p=0,21).
Não houve diferença quanto a sepse, pneumonia, AVCi, isquemia de membro inferior e sangramento.
Ou seja, apesar de não aumentar complicações, o uso da ECMO de forma precoce ainda não é a solução para melhorar o prognóstico de pacientes com choque cardiogênico.
Por que os diabéticos são especiais?
Coorte
Mal sabem os pacientes diabéticos, mas eles são quase os VIPs do consultório de qualquer cardiologista.
Nos preocupamos com qualquer sintoma (até porque dificilmente têm sintomas típicos) e as metas de tratamento são mais intensivas, principalmente na presença de placa aterosclerótica…!
Isso tudo porque sabemos que as suas taxas de eventos cardiovasculares (MACEs) são maiores que os não diabéticos.
Será que essas taxas são explicadas pelas diferenças na morfologia da placa aterosclerótica coronária e no conteúdo lipídico?
Essa foi a pergunta a ser respondida nesse subestudo do PROSPECT II (Providing Regional Observations to Study Predictors of Events in the Coronary Tree).
Coorte com 898 pacientes pós-IAM (com ou sem supra de ST) que foram submetidos a angiografia coronária e avaliadas as características das placas ateroscleróticas por meio de:
Espectroscopia de Infravermelho Próximo (NIR) + Imagem de Ultrassom Intravascular (IVUS).
E os resultados?
109 dos 898 pacientes (12,1%) eram diabéticos.
Durante um acompanhamento médio de 3,7 anos, MACEs ocorreram com mais frequência em pacientes com vs sem diabetes (20,1% versus 13,5%).
Porém, a prevalência basal de características de placa de alto risco foi semelhante entre os grupos.
O que podemos concluir? Apesar de confirmar o maior risco de eventos subsequentes em diabéticos (que já sabíamos rs), ainda não identificamos a causa.
As características da placa de maior risco que poderiam estar relacionadas ao diabetes não foram identificadas pela imagem multimodal 😩.
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Nem tudo que reluz é ouro
Artigo de Revisão
Vamos já deixar claro um fato que é tema de bastante confusão na prática clínica: nem toda hipertrabeculação no ventrículo esquerdo é sinônimo de cardiopatia.
Cientes do caminhão de dúvidas que esse achado traz na cabeça dos clínicos, o JACC trouxe um interessante artigo de revisão sobre esse tema.
E aí vão os pontos principais:
Primeiramente, desestimulam o uso do termo de miocárdio não-compactado e adotam hipertrabeculação.
Pode ser consequência de:
⬆️ aumento fisiológico da pré-carga (como gestação e exercício físico);
‼️ outras patologias, como distúrbios neuromusculares (distrofia de Duchenne); condições hematológicas (beta-talassemia e anemia falciforme) e renais (doença renal policística);
🧬 Causas genéticas.
Fez o diagnóstico de hipertrabeculação pelos exames de imagem? Conduza o caso baseado em outros sintomas cardiovasculares, e não puramente no padrão trabecular.
A hipertrabeculação sozinha não é responsável por mudança no prognóstico.
Em crianças ou adolescentes com o diagnóstico, é necessário maior atenção, com investigação de condições neuromusculares e/ou genéticas.
Em resumo, cada vez mais a hipertrabeculação é vista como consequência de outras patologias, sejam cardiopatias dilatadas genéticas, condições sistêmicas ou até um achado fisiológico.
Quer uma dica? Ouça o DozeCast #049 para aprender mais sobre o tema!
Mini-ECO?
Caiu na Mídia
Imagine colocar um adesivo quase do tamanho de uma moeda no peito e ele fornecer imagens do coração e métricas como débito cardíaco durante 24h?
Surreal né? Mas é uma realidade mais próxima do que imaginamos.
Engenheiros da Universidade da California desenvolveram um ultrassom portátil e adesivo que permite a monitorização de parâmetros cardíacos durante 1 dia - tipo um HOLTER-ECO (fica aí a sugestão de nome rsrs).
A ideia original foi publicada na revista Nature, e se baseia no uso de inteligência artificial para aquisição das imagens e cálculo dos dados hemodinâmicos.
Genial, não é? Sei que ainda é muito cedo para falarmos qualquer coisa, mas só de imaginar que estamos desenvolvendo a tecnologia da imagem cardíaca nessa direção, já é espetacular.
Imagem da Semana
Veja essa conexão da veia inominada com seio coronariano em paciente de POT de Cirurgia de Glenn, avaliada por meio de um cateterismo direito.
Fique por dentro
☢️ Estado-da-arte do JACC sobre o uso de métodos de imagem intravasculares como guia para a angioplastia.
🧠 Coorte publicada no JAMA Cardiology demonstrou a associação entre a piora do strain atrial e o risco de AVCi.
💊 AAS na prevenção primária? Estudo publicado no JACC demonstrou que a associação estatina + AAS, em pacientes sem histórico de eventos cardiovasculares, apresenta um risco de sangramento que se sobrepõe ao benefício de prevenção de IAM em todos dos níveis de risco cardiovascular.
🕳️ A estenose aórtica moderada já merece nossa atenção? Veja essa revisão do JACC sobre o tema.
🧬 Como fazer investigação genética na prática clínica? Esse foi o tema da revisão do JACC: Heart Failure da semana.
👫Sem diferença de gênero com os iSGLT2: estudo australiano demonstra benefícios semelhantes em homens e mulheres.
🤖 Estudo sueco atesta: modelo de machine learning pode predizer, na sala de emergência, o prognóstico e chance de óbito de pacientes com PCR extrahospitalar.