Dipirona & alta
Podemos dar alta precoce no diagnóstico de TEP?
Podemos dar alta precoce no diagnóstico de TEP?
Metanálise (EHJ)
Que boa alma não gosta de ser tratada no conforto do seu lar?
Sem dúvidas, essa é sempre a vontade do médico e do paciente.
Mas será que essa condição é factível até para o tromboembolimo pulmonar (TEP)? Esta questão já foi levantada por diversos estudos e agora temos uma metanálise para juntar as peças.
Publicada no European Heart Journal, uma metanálise holandesa reunião 10 estudos com objetivo de avaliar a segurança do tratamento domiciliar em pacientes com TEP.
Vamos aos principais resultados:
Baixa taxa de óbitos em 14 dias e 30 dias: 0,11% e 0,30%, respectivamente.
Baixa taxa de eventos adversos em 14 dias e 30 dias: 0,56% e 1,2%, respectivamente.
Maior risco de morte e eventos adversos em 14 dias de pacientes oncológicos.
Além disso, os grupos de pacientes com doença pulmonar prévia, troponina positiva e BNP elevado também apresentaram maiores taxas de eventos adversos em 14 e 30 dias.
O estudo demonstrou que a liberação para tratamento do TEP em casa foi segura. No entanto, vale o destaque para os pacientes oncológicos que apresentaram 3 a 5x maior mortalidade e eventos adversos; e também aqueles com aumento de BNP e troponina apresentaram maior recorrência de tromboembolismo e sangramentos.
Assim, nos leva a pensar na segurança nos casos de baixo risco, mantendo a necessidade de maior vigilância nos pacientes de risco intermediário e alto.
Na nossa Imersão em Emergências Cardiovasculares, abordamos um módulo inteiro sobre TEP, inclusive explicando critérios como o PESI e Hestia Rule que nos ajudam a definir a alta hospitalar precoce no paciente com TEP 🫁.
E aqui vai um cupom especial para você que leu até aqui: DOZENEWSTEP. 30% de desconto EXTRAS válidos por 48h do disparo desse e-mail.
Marca-passo sem fio dupla-câmara
Estudo prospectivo (Circulation)
Essa semana, foi publicado no Circulation um estudo que avaliou um novo sistema de marca-passo sem fio de duas câmaras (Aveir DR, da Abbott), que promete garantir a sincronia atrioventricular.
🤔 Sentiu-se perdido? Calma, vamos explicar:
Marca-passos sem fio unicamerais já são uma realidade, e prometem reduzir grandemente complicações no implante e também processos infecciosos.
No entanto, sabemos que quase 80% das indicações de implante de marca-passo pedem uma estimulação bicameral. Nesse contexto, o uso de dispositivos sem fio exige uma maior preocupação na manutenção da sincronia atrioventricular (AV).
Dessa forma, o estudo teve como objetivo testar a eficácia de um sistema marca-passo sem fio bicameral em manter a sincronia AV em diferentes posturas e atividades dos pacientes, garantindo que o coração funcione como um relógio, mesmo em movimento.
Foi um estudo multicêntrico e prospectivo, que incluiu pacientes que precisavam de marca-passo de duas câmaras. Eles implantaram os dispositivos e acompanharam os pacientes com registros de HOLTER para verificar a sincronia AV em várias posturas e durante diferentes atividades (sentado, deitado, em decúbitos lateral direito e esquerdo, em pé e caminhando rápido e devagar).
Os resultados foram bem interessantes: em 98% dos casos, a sincronia foi mantida, independentemente da postura ou atividade. Isso mostra que o sistema não só funciona bem, mas é robusto em várias condições físicas.
A conclusão é que esse sistema de marca-passo é uma grande promessa para pacientes que precisam de sincronia átrio-ventricular precisa. Ele oferece uma nova liberdade e qualidade de vida, pois adapta-se ao estilo de vida ativo do paciente, sem perder o ritmo.
Fibrilação atrial e risco de sangramento: como prevenir o AVC?
Imagine o fictício paciente João, um senhor de 82 anos com fibrilação atrial, diabetes, hipertensão e AVC prévio.
Quase o gabarito do CHA2DS2-VASC, rs.
Só que o senhor João tem um probleminha a mais: uma úlcera gastrointestinal inoperável com sangramentos recorrentes 🩸.
Queremos o seu palpite para continuarmos a interação:
Voltamos semana que vem com a melhor resposta! Ou melhor… quinta-feira em um DozeCast ESPECIAL!
O doce desafio da falha de stents em pacientes com DM2
Coorte (JACC)
Você já se perguntou como o açúcar no sangue pode afetar os stents que colocamos em nossos pacientes?
Vamos fazer uma viagem rápida por um estudo sueco sobre o impacto do controle glicêmico no risco de falha de stents em pacientes com DM2. Preparados? Vamos lá!
O estudo procurou saber se um controle glicêmico ruim está relacionado a um risco maior de falha de stents em pacientes com DM2. Pense nisso como se estivéssemos verificando se excesso de açúcar atrapalha a "vida útil" dos nossos stents.
Imagina que você está na cozinha com 52.457 "ingredientes" (pacientes), todos com DM2 e que receberam stents farmacológicos de segunda geração entre 2010 e 2020. A "temperatura" que estamos ajustando aqui é o nível de HbA1c (hemoglobina glicada), medido como a média atualizada desse açúcar no sangue.
Os pacientes foram divididos em grupos de controle glicêmico como se fossem diferentes receitas de bolo:
HbA1c 6,1% a 7,0% (foram a referência, como o bolo de baunilha clássico)
Variações desde ≤5,5% até ≥10,1% (outros sabores, nem todos bons!)
O desfecho principal? O "bolo" perfeito seria evitar a falha do stent (nada de reestenose intra-stent ou trombose do stent).
Resultados: o doce e o amargo…
Os "bolos" foram acompanhados por uma média de 6,4 anos. E adivinha só? Quanto mais "açucarado" (HbA1c elevado), maior o risco de falha do stent!
Aqui está o "mapa do açúcar":
HbA1c ≤5,5%: HR 1,10 (não tão doce, mas estável)
HbA1c 5,6% a 6,0%: HR 1,02 (ainda ok)
HbA1c 7,1% a 8,0%: HR 1,25 (começa a complicar)
HbA1c 8,1% a 9,0%: HR 1,30 (mais risco)
HbA1c 9,1% a 10,0%: HR 1,46 (risco alto!)
HbA1c ≥10,1%: HR 1,33 (açúcar demais!)
A mensagem é clara: para manter nossos stents em forma, precisamos controlar bem o açúcar no sangue de nossos pacientes com DM2. Controle glicêmico inadequado aumenta significativamente o risco de falha de stents, principalmente por reestenose intra-stent.
#DicaDozer! Quer aprender mais sobre a reestenose intra-stent e os principais fatores de risco? Confira a nossa DozeNews Prime sobre o tema!
A solução é pesar no bolso?
Caiu na Mídia
Por falar em doce… A controversa, porém aparentemente eficiente, lei inglesa de taxação adicional em bebidas açucaradas parece ter conseguido reduzir o consumo de açúcar pelas crianças em 50%.
Implementada em 2018, a lei aplica um imposto de 24 centavos por litro para bebidas com maior teor de açúcar e 18 centavos por litro às com menor quantidade, sem afetar, assim, as bebidas sem açúcar e “diet”.
Um estudo publicado no Journal of Epidemiology and Community Health demonstrou que, um ano depois da implementação da controversa taxa, as crianças consumiam 4,8 gramas menos açúcar por dia, enquanto os adultos consumiam 10,9 g menos.
A maior parte desta queda deveu-se à diminuição do consumo de refrigerantes.
Alguns detalhes que precisam ser considerados são o fator de que as taxas já vinham em queda mesmo antes da lei, e também que o estudo não deixa claro o quanto o consumo de açúcar reduziu proporcionalmente pelo consumo de outras fontes.
Como sempre, a política pública inglesa nos fornece uma interessante (que não deixa de ser controversa rs) ideia para reduzir os danos do consumo excessivo de açúcar: vamos pesar no bolso para não pesar na balança.
Imagem da Semana
Mais uma bela imagem em parceria com a equipe do Hospital Messejana em Fortaleza-CE. Dessa vez, um belo derrame pericárdico com swinging heart.
Fique por dentro!
💻 Novos modelos preditores de DAC obstrutiva parecem ser melhores que os escores de probabilidade pré-teste disponíveis atualmente.
🫥 Na pegada “Divertidamente”, o JACC publicou um interessante estado-da-arte acerca do papel do estresse psicossocial na saúde cardiovascular da mulher.
🩸 Como e quando corrigir a deficiência de ferro na IC? Revisão “quentinha” do JACC: Heart Failure!
🦷 Grande metanálise do JAMA reforçou a importância da profilaxia antibiótica em pacientes com alto risco para endocardite em procedimentos dentários.
🦠 Parece óbvio, mas não é (para grande parte do mundo). A doença cardíaca reumática ainda é responsável por significativa morbimortalidade.
🗡️ Resultados do tratamento endovascular de aneurisma de aorta toracoabdominal mostram resultados bons e também denotam a gravidade destes pacientes!
🪡 Manejo multidisciplinar de pacientes submetidos ao implante de dispositivos cardíacos: Statement AHA da semana!
👴🏽 Manejo de DAC em idosos: avaliação de fragilidade e treinamento físico são os pilares do tratamento! É o que recomendam os autores do artigo publicado no EHJ dessa semana.







Gente esses artigos do fique por dentro vcs fazem resumo? Queria os artigos