Antes de começar a discutir esse tema apresento-lhes um desafio:
Qual das imagens com abaulamento a apical na ventriculografia e as suas respectivas ressonâncias magnéticas é de um paciente com síndrome de Takotsubo?
Apenas a figura A é uma Síndrome de Takotsubo. Na figura B, notamos um realce tardio de padrão coronariano (indicado pela seta, a parte preta no interior é um trombo) é sugestivo de um infarto (seja com ou sem coronárias obstrutivas ao cateterismo).
Por que eu quis abrir a DozeNews Prime com esse desafio?
Para alertá-los que nem toda hipercinesia basal com acinesia apical (ou o famoso balonamento da porção apical) é Takotsubo. Um infarto no terço médio da artéria DA, como é o caso da figura B, pode muito bem mimetizar essa morfologia e te enganar, caso você não faça a investigação completa.
E não pense que esse é só um detalhe no diagnóstico, uma vez que no fim das contas a função ventricular dos dois paciente é a mesma.
A diferença aqui é a evolução: enquanto o paciente A tem grande probabilidade de recuperar a função ventricular, o B manterá a disfunção e terá pior evolução clínica ao longo do tempo, além de exigir a complementação da investigação do quadro de MINOCA (evento embólico? erosão de placa? vasoespasmo?).
Consegui convencê-lo da importância dessa edição da Prime??
Espero que sim! Pois, ao fim desse texto você estará seguro para diagnosticar e manejar o paciente com síndrome de Taktosubo.
📚A referência aqui utilizada foi o artigo de revisão publicado na revista Circulation de 2022.
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